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Entrevista à nutricionista Florbela Mendes

 Data: 29/05/07

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 Dados do nutricionista:

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 Nome: Florbela Mendes

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 Idade: 33

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 Formado em: Nutrição e Engenharia Alimentar

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 Anos em exercício da profissão: 11

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 Local onde exerce a profissão: Clínicas privadas e Câmara Municipal de Lisboa

Ê Questionário:

1. O nutricionista é cada vez mais procurado nos dias de hoje. Qual pensa ser a razão dessa crescente procura?

F.M.- É notória a crescente preocupação com a saúde e há uma maior consciência dos efeitos que a alimentação pode ter na nossa saúde

2. O objectivo dessa procura é emagrecer ou já existe uma preocupação coma saúde e em seguir uma alimentação mais saudável?

F.M.- A grande maioria ainda procura o nutricionista com o objectivo de perder peso mas, já há igualmente um número crescente de pessoas que quer saber o que fazer para melhorar determinadas patologias como a diabetes, o colesterol elevado, a hipertensão, entre outras. E há até quem, não tendo peso a mais, nem nenhum tipo de doença, procura informações mais exactas no sentido de saber se está a alimentar-se correctamente.

3. Quem procura mais as consultas de nutricionismo? São sobretudo mulheres ou também homens?

F.M.- Até há bem pouco tempo eram, sem dúvida, as mulheres a preocupar-se mais com a imagem, a saúde e a alimentação mas, de há uns anos a esta parte, a situação mudou e os homens já procuram quase tanto a ajuda de um profissional da nutrição como as mulheres.

4. Um dos objectivos do nosso trabalho era inquirir acerca dos hábitos alimentares da nossa comunidade escolar, em particular os jovens entre o 7º e o 12º ano de escolaridade. Através dos inquéritos verificámos os principais erros.

 Considera que estes resultados se encaixam no padrão da nossa sociedade?

F.M.- Sim, infelizmente a vossa escola retrata muito bem aquilo que se passa na maioria das escolas do nosso País, ou seja, entre os jonvens. A escassez de frutas e produtos vegetais naturais em geral, seja no prato seja na forma de sopa, o excesso de produtos muito industrializados e, portanto, ricos em açúcar (refrigerantes, bolos embalados, cereais muito açucarados, etc.) e gorduras escondidas (batatas fritas de pacote e aperitivos deste género, bolos, bolachas, salgadinhos, etc.) são características marcantes alimentação de muito jovens e crianças.

5. Qual pensa ser a(s) causa(s) para estes erros? Poderá ser a falta de informação ou existe ainda uma grande resistência à mudança de hábitos?

F.M.-Acredito que a falta de informação dos malefícios do consumo frequente destes alimentos que afectam gravemente a saúde, a curto mas, especialmente, a médio longo prazo, seja a grande razão para que muitos jovens e muitos pais não se preocupem com esta situação.

A mudança dos hábitos alimentares é sem dúvida um processo demorado e que exige bom senso: pequenas alterações progressivas são mais eficazes do que mudanças muito radicais. E as mudanças devem envolver todo o agregado familiar, caso contrário será mais difícil para todos.

6. Pensa que factores psicológicos tão comuns nas sociedades mais desenvolvidas, como o stress, a pressão no trabalho e na escola, a depressão entre outros, podem conduzir a uma predisposição para a obesidade e distúrbios alimentares, como a anorexia e a bulimia?

F.M.- As características da sociedade actual não facilitam, de forma alguma, estilos de vida saudáveis como sejam a alimentação e a actividade física regular. Por outro lado, parece que nos é exigida uma boa aparência e elegância permanentes, sem lugar para uma diferenciação natural. Os distúrbios alimentares, assim como a obesidade, são multi-factoriais e, por isso, é difícil apurar “culpados”: existem vários responsáveis a contribuir para tal.

7. Existe uma “dieta-padrão” ou cada pessoa deve ter o seu próprio regime alimentar? Do que depende uma dieta adequada a cada pessoa?

Existem princípios padrão que devem ser seguidos pela população em geral mas esses princípios devem depois ser adaptados e ajustados à realidade de cada pessoa, nomeadamente às suas necessidades energéticas diárias.

8. O que pensa das dietas de emagrecimento miraculosas anunciados nas revistas e na televisão? E dos produtos diet e light?

F.M.- As dietas de emagrecimento rápido são normalmente pouco equilibradas, muito restritivas, quer em variedade quer em quantidade e, por isso, pouco úteis a médio e a longo prazo. Muitas podem fazer perder peso no imediato, mas raramente são padrões alimentares passíveis de ser mantidos ao longo da vida. Assim, não levam a verdadeiras mudanças de hábitos alimentares e perpetuam hábitos errados pela vida fora.

Os produtos light ou diet podem ser interessantes para quem tem alguma restrição alimentar (alimentos diet, ou seja, alimentos em que um ingrediente qualquer se encontra em menor quantidade) ou para quem quer reduzir a sua ingestão calórica (alimentos light, ou seja, são menos calóricos do que as versões originais dos mesmos produtos).

9. Quais são as principais regras a seguir para uma alimentação saudável?

F.M.- As principais regras prendem-se com a variedade de alimentos que a devem compor (não há alimentos perfeitos, todos eles devem contribuir com diversos nutrientes). Para além de variada, a alimentação deve ser adequada em termos energéticos aos gastos da pessoa e deve ser equilibrada em proteínas, hidratos de carbono e gordura. Na prática significa comer uma maior variedade de alimentos vegetais (muitos vegetais em sopa e no prato, como acompanhamento; fruta variada, cerca de 3 peças por dia; arroz, massa, batata ou pão em todas as refeições, numa quantidade proporcional aos gastos e sempre com o cuidado de não adicionar a estes alimentos outros mais gordos) do que alimentos de origem animal (mais peixe que carne e, dentro destas, preferir as mais magras; estes alimentos devem ser o acompanhamento do arroz/massa, e não o contrário!; os lacticínios devem ser comidos diariamente); o azeite deve ser a gordura de adição preferida; a melhor bebida é a água, que deve ser bebida abundantemente (1,5l mínimo); os sumos embalados são tolerados em dias de festa, pontualmente, assim como os doces, chocolates, etc. Não passar mais de 3,5 h sem comer, fazendo para tal pequenas refeições ao longo do dia.

10.   Qual é o papel do exercício físico no contexto de uma alimentação saudável?

F.M.- O exercício físico é fundamental a vários níveis, ou seja, é benéfico para tudo! Quem pratica alguma actividade regularmente terá um gasto energético superior e, portanto, uma maior liberdade para consumir mais alimentos (energia).

11.   Qual o melhor tipo de exercício físico e em que duração, para manter um peso saudável e evitar doenças graves como as cardiovasculares?

F.M.- Os exercícios aeróbios (andar a pé, correr, andar de bicicleta ou de patins, nadar, entre outras) feitos quase diariamente (ou pelo menos na maioria dos dias da semana), durante 30-45 minutos, têm um bom impacto na saúde do sistema cardiovascular, assim como ajudam a manter um peso saudável (quando aliado a uma boa alimentação).

 

 

O grupo agradece a disponibilidade e a simpatia da nutricionista Florbela Mendes que se prontificou de imediato responder a esta entrevista.

 

 

 

 

 

 

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Última actualização: 06/06/07.